01/03/10

Esse teu silêncio

A luz fraca recortava cuidadosamente os teus contornos, tentando não estragar nenhum dos teus traços. No meio do escuro distinguia o brilho dos teus olhos que me olhavam fixamente e de vez em quando denunciavam um sorriso suave e tímido. As tuas mãos frias e ásperas que me percorriam o pescoço derixando um rasto leve, causavam-me um arrepio, um qualquer tipo de energia que me percorria o corpo e me fazia sentir bem.
Quando a intensidade da luz variava e aumentava e me ofuscava os olhos e tu sorrias, sem razão nenhuma, com aquele teu jeito que não se explica...
A maneira como me agrarravas as mãos e as apertavas com força, a maneira como o teu coração sussurrava ao meu ouvido encostado ao teu peito duro, a leveza com que me afastavas o cabelo da cara e fechavas os olhos lentamente á espera de me encontrares.
Toda a complexidade do teu silêncio de cada vez que te pousavas em mim, esse silêncio que dizia mais que todas as repetidas palavras de amor.
E eu fechava os olhos no teu ombro e respirava-te, tentando manter mais de ti cá dentro.
E o meu coração bate e rebenta e não aguenta e é dificil explicar-te como vai tudo explodindo em risos e sorrisos e pequenas coisas que definem sobrevivência.

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