10/03/10

" To be continued ... "

(...) como aquele mês de Julho em que nos conhecemos, no meio da areia com os cabelos a saber a mar, aquela empatia entre nós, como se nos conhecessemos há imenso tempo, tempo suficiente para me fazeres cair de joelhos na areia ao mesmo tempo que tu. Lembras-te ?
Lembras-te daqueles quase dois meses em que achavas que era completamente impossivel ? Que me tocavas e cantavas músicas cheias de esperança e sentimento. Quando amuavas e juravas que conseguias aguentar imenso tempo sem falares comigo.
Lembras daquela nossa zanga que esquecemos naquele concerto na última noite de Verão em que corri para ti , abracei-te e te disse que perdoava ?
E lembras-te, daquele tempo em que algo nos afastou sem querer nem saber, e era tudo diferente, conversas simples e banais que acabavam e eram esquecidas . Foi estranho...
Depois veio aquele dia em que algo te passou pela cabeça e voltas-te a falar comigo, de repente.
E falamos, falamos como não falavamos há muito tempo, como se já não nos vissemos há uma vida inteira, mas na verdade, sempre estiveste ali, sempre estivemos cá.
Lembras-te daquela tarde em que me voltas-te a aparecer à frente como não fazias desde aquela noite de Verão há muito passada e relembrada e me agarras-te com as mãos inseguras e a voz a falhar ? Não imaginas como os teus olhos brilhavam, nem imaginas o quanto o meu coração batia. Também não imaginas como me senti ao ver-te, passado tanto tempo. Continuavas igual àquele dia na praia, eras tu, ali, inexplicavelmente, depois de tanto tempo.
Lembras-te de todas as vezes em que nessa tarde me chamas-te à tua beira e eu ía nervosa, tropeçando nos meus pés e tu falavas de coisas completamente alheias e sem sentido, coisas que eu não ouvia, nem prestava atenção, ficava a ver-te falar e a sorrir por vezes para mim.
E lembras-te de todas as vezes que amuas para mim? Sabias que eu gosto mesmo quando isso acontece ?
Recordas-te daquele caminho ao final da tarde que fizemos os dois juntos em que umas vezes te afastavas e outras me agarravas com o braço e me fazias sentir segura, esse caminho que parecia não mais acabar.
Lembras-te de quando começou a anoitecer, e algo confuso aconteceu, mas a tua mão agarrou a minha e puxou-me quando desci o primeiro degrau.
Depois não sei o que aconteceu, lembro-me de abrir os olhos junto a ti, olhavas-me com um ar confuso, incredulo e feliz ao memso tempo. Lembras-te ?
De quando saiste fora do carro e olhas-te para mim de passagem através do vidro. - " Adeus Mafalda "
E lembras-te das tuas palavras, nesse dia à noite, quando, posso dizer, que a minha vida re-começou ?
Passaram 8 meses, inocentes e baralhados. Até um dia em que foi diferente, não havia eu e tu, havia um nós.

5 comentários:

  1. - siim . também é facil falar não é ? e há umas pequenas coisas que tu não sabes, porqe agora andas mais preocupada em... vai se lá saber o qué...

    - é facil falar quando se está do lado de fora, agora quando estamos a viver a "historia" é tudo mais complicado .

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  2. Meu bem, quando nos recordamos tudo o que vivemos ao longo do tempo, é porque isso foi de verdade importante para nós. E todo o sentimento que mostras aí parece ser bem verdadeiro.

    <3

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  3. - pois, são demasiadas .
    amanhã, se não tiveres demasiado "ocupada"

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  4. este texto está tão profundo e sincero, em algumas partes parecia que era eu a escrever *.*
    está mesmo muito bonito! adorei.

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