30/10/10

ou então adormecer sem dar conta da presença musical ao meu ouvido, sem dar conta da presença de nada, sendo o nada algo que me rodeia constantemente. tal como ontem me apeteceu ficar, ficar um pouco mais sem tu saberes, depois de dizeres o adeus diário com uma ou outra palavra de amor. mas não, não adormeci, nem tão pouco tentei. levantei-me e abri a janela esperando que o frio de Outubro entrasse pelo quarto e levantasse os lençóis. não, não aconteceu. um estranho calor aconchegou-me no parapeito e nem dei conta do tempo que ali fiquei, à espera que as folhas das árvores me dissessem alguma coisa. nunca tinha reparado que as luzes das ruas lá ao fundo se escondiam atrás das árvores, afinal o meu quarto não tem nada de errado com o mundo exterior.
era como se já tivesse adormecido, com os olhos presos na escuridão da noite. não me lembro em que pensei ou se trespassaste algum dos meus pensamentos, sei que hoje me senti mais leve. e as noites não mais serão escuras.

3 comentários: