02/02/11

memória #5

ao final do almoço, enquanto muitos dormiam com os pés de fora das tendas, eu ía para a rede baloiçar até que elas chegassem. dali conseguia ver sempre quando a N. descia do alto onde estava a tenda dela, mas  B. era sempre a primeira a chegar. Àquela hora falávamos baixinho instintivamente, estava tanto silêncio que se ouviam os putos a brincar nas ondas do mar.
nunca havia muita coisa para fazer depois do almoço. ou ficávamos à conversa no bar da piscina, ou comíamos um gelado, ou sentavamo-nos num banco qualquer a beber água com adoçante que roubávamos na esplanada porque não tínhamos mesmo nada que fazer.
Não era de estranhar se a N. não chegasse a aparecer e ficasse também a dormir. aí tinhamos mais liberdade e íamos as duas fazer coisas que não lembram a ninguém. lembro-me que uma vez fomos com o L. e o T. lavar a louça, era a nossa vez. o T. escolhia a banda sonora. deixava o telemóvel no bolso de tras das calças e aquilo só parava quando levava com água e as vezes nem assim. deitávamos conversa fora que era uma coisa por demais. inundávamos o chão e a louça ía num estado que nem se comenta.
e às vezes também dormíamos quando prevíamos uma noite mais prolongada. depois chegava às três e meia e a praia era nossa.

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