passado, presente

foi quando caminhaste na minha direcção e me olhaste nos olhos com aquele sorriso, que o meu coração bateu de uma maneira da qual eu já não estava habituada. Sentia as pernas a tremer estupidamente e os dedos escorregavam ao tentar mandar a sms que faltava.
O estranho, foi numa fracção de segundo, uma série descontrolada de sentimentos me ter atravessado sem qualquer razão aparente.
E acordei.
Sim, eras tu, ali, igual à ultima vez, talvez um pouco mais alto (demasiado até), mas já não me recordava de ti, dos teus olhos, do teu sorriso, da tua voz... e confesso que ainda é tudo muito abstracto para mim.
Lembro-me da promessa que há muito fizera, em que prometera a mim própria, esquecer tudo sobre ti, até mesmo as tuas feições. e parece-me que fui bastante bem sucedida.
O meu coração continuava a querer saltar do peito de cada vez que me tocavas, sorrias ou falavas para mim. E eu parava no tempo à espera de uma resposta para aquilo, até me voltares a acordar fazendo-me perceber que afinal não era só no tempo que tinha parado. x)
A expressão "sem palavras" é muito utilizada, mas acho que só hoje consegui perceber o seu verdadeiro significado. Quando me disseste aquelas coisas às quais eu não tinha resposta e me deixavam encharcada de vergonha. Eu bem que tentava responder, mas não me ocorria nada decente que pudesse sair da minha boca. Assim, sem palavras, na maneira mais pura do seu significado.
Hoje, posso-te dizer que estás perdoado.
Por tudo o que me fizeste passar, tudo o que me fizeste chorar. Porque hoje, fizeste-me feliz apesar da dor que por vezes senti de cada vez que imagens do passado me passavam pela cabeça sempre que me fazias lembrar qualquer coisa relacionada com o que dantes, éramos nós.
E o meu coração continuava a bater de cada vez que olhavas para mim, como se isso não fosse algo de banal.
Tudo tem um fim e eu detesto mesmo despedidas. E quando me disseste aquilo, acredita que tive grande vontade de retribuir com algo parecido, tive vontade de estar contigo mais um bocadinho antes de virar as costas.
Senti-me fraca, vulnerável, vazia, enquanto esperava cá fora e via tudo o que tinha sentido. Eu sabia que estava errado, sabia que tudo o que estava a sentir era apenas o passado a subir-me à cabeça trazendo todos os sentimentos que há muito tinha esquecido.
Sabia que ia passar.
E agora estou aqui.
Após um ano que abri este blog e escrevia sobre ti, volto agora, com a ironia do destino, a escrever da mesma maneira, pela mesma razão.
Foste o único que me fizeste passar por coisas que nunca tinha passado. As boas e as más. Mas só quero recordar a felicidade que em tempos me trouxeste e que voltou em forma de 'flashback', apenas isso.

- e eu também gosto muito de ti,

apenas sou demasiado envergonhada

para te dizer isso da maneira que fizeste.