Quando levantei a cabeça e a claridade me atingiu, semicerrei os olhos e abanei a cabeça confusa. A professora falava alto e olhava para mim pelo canto do olho de vez em quando. Ainda me estava a habituar à claridade, já devia ter passado muito tempo desde que tinha mergulhado nos rabiscos negros que fiz na folha do caderno. Percorri a sala com o olhar e garanti que ninguem estava a olhar para mim, o que não era verdade. O David atrás de mim ainda brincava com o meu cabelo, a Diana ao meu lado continuava a escrever qualquer coisa no caderno que não tinha nada a ver com a aula e o resto da turma continuava a rir de cosias sem piada nenhuma.
Olhou para mim e baixou a capa do caderno que me tapava a cara.
- o que é se passa ?
- nada.
- não te vou voltar a perguntar.
- fazes bem. - disse eu baixinho
não sei porque é que ainda espero, porque é que ainda faço promessas a mim própria que não consigo cumprir.
há coisas que são necessárias, na sua ausência, não faz sentido.
- são necessarias, mas tu não podes estar dependente disso . és demasiado livre para estares tão agarrada a alguém ! :x
ResponderEliminarachei muito bonito.
ResponderEliminarTambém tenho muito essa mania de dizer que nada se passa, mas nao faz mal desabafar de vez em quando..
- vamos pois ! em português, porqe em Historia tenho de estar atinada --
ResponderEliminarObrigada pela tua opinião Mafalda.
ResponderEliminarE, deixa-me dizer-te que, do que tive oportunidade de ler, também gostei das tuas palavras. Nota-se que existe aí uma dor forte, que te diminui o coração a cada dia. Falar não tem mal querida, pelo contrário. Falr liberta-nos e eleva-nos o espírito. Da próxima vez evita o "nada" e diz que precisas de desabafar. Torna tudo mais fácil!