
Acordei no meio da noite. Estava escuro.
Olhei para o relógio na mesa ao lado da cama. Os números luminosos fizeram-me cerrar os olhos ofuscados.
Era de madrugada.
Fiquei durante longos minutos a fixar o tecto, ou melhor, a escuridão que não me deixava ver mais nada a não ser os meus pensamentos.
Acendi o candeeiro da mesa de cabeceira que emitia uma luz fraca mas que enchia o quarto.
Agarrei no meu caderno e pus-me a desfolha-lo, do fim para o principio, como se tentasse ganhar uma perspectiva até perceber o significado de tudo o que lá jaz escrito.
Pelo meio de textos que haviam ficado a meio e outros completos até ao ponto final, tudo misturado numa algazarra de sentimentos, consegui identificar as duas partes em que o caderno se dividia.
Fui percorrendo as páginas. Por cada pedaço do passado que me passava diante dos olhos, um arrepio percorria-me o corpo e eu respirava fundo tentando que não passasse dali, um simples arrepio.
Cheguei ao fim intacta e orgulhosa de assim estar, mas com um nó na garganta que até doía.
As primeiras páginas eram lindas, cheias de vida e cor. Paixão!
Depois começava a tornar-se escuro, e mais... e mais... até que uma aura negra se abatia naquelas linhas.
E assim ficou durante bastantes folhas.
Até que tudo voltou. Colorido e sorridente. E assim se prolongou durante algumas páginas de textos que se ficaram pelo meio, textos que nunca cheguei a acabar.
Mas eram todos felizes e prolongavam-se durante varias páginas até se esbater em papel branco. Como se nada tivesse acontecido depois disso.
Na primeira folha livre, desenhei um circulo, inconscientemente, carregando com força na grafite do lápis.
O que quer que aquela linha significasse, era o ponto final literal de alguma coisa que nunca chegou a acabar.
E quando me voltar a apetecer contar ao papel tudo o que sinto, tudo quanto isto me magoa, vou continuar a desenhar círculos.
Porque é assim que eu quero! Eu vou conseguir!
Fechei o caderno e atirei-o para o chão. Apaguei o candeeiro e escondi-me nos lençóis.
Fechei os olhos e quebrei a promessa;
Uma lágrima pesada caiu do canto do meu olho e morreu na almofada. Seguida de outra... e outra... Até o meu coração emitir um gemido de dor e adormecer no seu já conhecido mundo escuro.
Eu sabia que este momento ia chegar. Estava apenas a tentar perceber quanto tempo a minha alma aguentava calada.
por mais que queira-mos quebra-mos as promessas :$
ResponderEliminarpreciso de um favor teu, feia zx
ResponderEliminar- que site'zito é aquele onde vais buscar os fundos pro blog ? q1
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