10/04/10

Avançou devagarinho até à entrada, tropeçando nas folhas castanhas deixadas pelo outono.
Levantou a mão trémula e rodou a maçaneta dourada. Olhou por cima do ombro para o lago que desaparecia no horizonte e empurrou devagarinho a grande porta de madeira.
Uma corrente de ar levantou-lhe os cabelos e uma poeira fina penetrou nos seus olhos. Ao fundo havia uma janela aberta coberta com cortinados de seda branca que voavam levemente.
Deu um passo, e outro, e outro. A madeira fazia barulho ao ser pisada, mas ela não se importava.
Havia uma mesa no centro da sala fria com vista para o outono do lago. Estava coberta de uma camada de pó que levantava e voltava a pousar de cada vez que o vento soprava.
Acompanhado de uma fotografia manchada em tons de sépia estava um papel enrudilhado e velho escrito à mão com uma caligrafia cuidada.

O resto não importa. Era o papel o ultimo sinal de vida naquele outono quente.
O passado é inconstante, recordas-te dele por vezes e quando o fazes, recordas mais do que aquilo que queres, mais do que aquilo que aguentas. Mas tu não tens culpa.

apagar o passado, jamais será possivel, jamais será real.

9 comentários:

  1. nunca se apaga o que foi, apenas mudamos o que vai ser :)

    ResponderEliminar
  2. os meus texto são menos suicidas que os teus --'

    ResponderEliminar
  3. não tem nada a haver! A obra de arte só quer dizer que o meu blog tem um gosto requintado!

    ResponderEliminar
  4. ãcredita que só tenho gosto requintado para a musica e arte porque no que toca ao amor, é uma shit--'
    a gaja de quem gosto é mesmo feia >.< e nada talentosa.--' Parece uma bruxa xD

    ResponderEliminar
  5. se calhar já a conheces! ela anda na tua escola, no 8º ano x) Ela tem Lerda no sobrenome q1

    ResponderEliminar
  6. olha é a Rapariga com altas mamas que tenho desenhada no blog!

    ResponderEliminar