olha para mim. podes dizer que talvez seja a rapariga mais feliz do colégio. sempre o o fui, com ou sem ti. aquela que independentemente de tudo, nunca ninguém viu chorar, anda sempre animada, a rir-se ou a fazer rir. poderias tu dizer que aqui dentro, o que se esconde são antónimos do aparente. sabes lá tu como fica apertado o meu coração de cada vez que te vejo sorrir, sem saber se como eu, alguma coisa ainda se retrai aí dentro.
conheci gente sem cabelo, pernas, sem mãos, braços, e conheci-te a ti, sem coração. ou algo que os olhos não deixa ver.
tudo o que fazes de olhos fechados, é tudo o que apenas precisa do coração para ver. amaste-me com os olhos, sempre me amaste com os olhos. quando chegou o momento de precisares do coração para olhares dentro de mim, não o soubeste fazer, porque o teu coração a mim nunca pertenceu. era tua, sendo eu algo aparente. e talvez agora perceba o porquê de não me olhares nos olhos.
sei que estavas à espera e talvez já te tivesses fartado de procurar uma força maior, um motivo qualquer que fizesse de mim a culpada, para pela primeira vez, ser eu a culpa. e por agora, poderes dizer que sou mentirosa. e tu, pelo que vejo, mentias de todas as vezes que me abraçavas, me agarravas a mão, me sopravas para o nariz, sorrias ao ver-me, me beijavas o pescoço.
talvez eu não te saiba levar, talvez eu seja complicada, talvez eu dê respostas monótonas, talvez eu nem sempre diga que te amo ou te chame de amor, talvez eu não te entenda e talvez nem tu a mim, talvez seja por isso que discutimos, talvez eu seja forte o suficiente para continuar a sorrir, talvez eu consiga passar isto, mas talvez devesses acreditar só desta vez, que te amo.


se nisso, fores capaz de acreditar, és capaz de acreditar em tudo, tudo o que parece impossivel, até a mim.